As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

quinta-feira, 14 de março de 2013

4- Daniel

Ao entrar no avião, Daniel sentiu que tinha deixado ficar para trás um pouco da sua alma. Ele sabia que o futuro finalmente se apresentava risonho e que esta era a oportunidade da sua vida, mas ao mesmo tempo tinha plena consciência do que tinha deixado para trás. Mara. Era impossível para ele sentir-se em paz quando se tinham separado com tanto rancor, com tanta amargura. Ele conseguia de certa forma compreender: ele estava a avançar, enquanto ela se sentia encurralada na sua vida e impotente para tomar a decisão de mudar. Mas nunca antes tinha havido rancor, desilusão ou qualquer outro sentimento negativo entre eles.
- Tu bem sabes que eu não posso ir contigo. Não posso simplesmente partir, esquecer tudo e começar de novo. Não é justo para com ele... não o posso abandonar assim, não depois de tudo o que ele fez por mim… não agora…
Aquelas palavras de Mara ressoavam sem parar na sua cabeça. Ele tinha consciência de que mudar seria um passo difícil de tomar para ela, e sentia-se egoísta ao tentar aliciá-la nesse sentido mas, acima de tudo, o que ele desejava profundamente era que ela o pudesse acompanhar nesta mudança.
Daniel reclinou-se no seu assento do avião e uma pequena lágrima escapou-se-lhe pelo canto do olho. Desejou que a pessoa que se sentasse ao seu lado não quisesse meter conversa, pois ele precisava das 9 horas da viagem para pôr alguma ordem nos seus sentimentos e nos seus projectos.

2 comentários:

  1. Estou presa.... um homem que chora!
    bjs

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  2. Um homem que se emociona é sempre bem vindo! Nem todos os homens são uns insensíveis, como se diz por aí - e o Daniel é exemplo disso! Vá Si... descalça lá esta bota agora...

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