As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

quinta-feira, 14 de março de 2013

3- É a minha vez...

Agarrou-se então ao nascer de sol a que assistia desolada e reconfortou-a saber que, do outro lado do Atlântico, Daniel veria o mesmo sol, apenas com diferente intensidade. Mara sentia os raios de luz aquecê-la lentamente e seu corpo ia acordando. Quando se via já todo o sol, como um círculo perfeito, ela levantou-se, inspirou bem fundo até lhe doerem os pulmões e decidiu-se. Teria de fazer algo que afastasse a sua mente de Daniel, o seu amigo de sempre, algo animado que ocupasse todo o seu tempo livre (bom, quase todo). Enquanto caminhava sem destino pelas ruas ainda desertas questionava-se que ocupação seria essa. Ela queria algo que levasse seus pensamentos para longe, melhor seria se deixasse de pensar, mas que não afastasse de todo seu coração de Daniel. Parou à porta de uma encantadora pastelaria, com uma montra que lhe apetecia devorar, e viu colado no vidro um cartaz que anunciava abertas as inscrições para aulas avançadas de Salsa. Mara não conseguiu evitar o bombear acelerado que saltava do seu coração magoado. Seria uma boa forma de mergulhar no espírito alegre da Salsa e transpirar, deixando sair por todos os poros do seu corpo a saudade imensa. Tantas vezes Daniel dançara com ela, nos corredores da faculdade se tinha boa nota num exame, no parque nas tardes de verão, em todo o lado, em qualquer ocasião. Mas para ele a Salsa estava-lhe no sangue. Para estar à altura dele, Mara precisava efectivamente daquelas aulas avançadas. Quem sabe um dia dançaria de novo com ele, surpreendendo-o! Apontou o número que vinha a amarelo fluorescente no cartaz e entrou na pastelaria, precisava com urgência de um café forte e um doce bem grande antes de fazer o telefonema.

2 comentários: