As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

12 - O email que faltava

Anna,
Desculpa só agora responder ao teu e-mail. Não vou justificar a ausência da minha resposta com o facto de não ter tido tempo, ou com qualquer outra desculpa inventada à pressão. Tive sim que reflectir muito bem nas tuas palavras… e desculpa, mas de certa forma permitiste-me não só analisar o que se passa, mas também acalentar alguma esperança…
Mas antes de mais, uma coisa eu quero deixar bem clara entre nós: o facto de ter convidado a Mara para participar no projecto da Booky foi por achar que ela é uma excelente profissional e merece uma coisa melhor do que investir o talento e o tempo dela a desenvolver o design gráfico de um site medíocre sobre revisões literárias que ninguém lê! Já era altura de ela mostrar a todos o que vale e de deixar de se esconder por detrás de projectos de segunda que não lhe trarão nunca nenhum reconhecimento nem nenhuma satisfação profissional. E de forma nenhuma nunca a pressionei nem forcei a nada – o facto de ela se ter convertido em sócia da empresa, foi uma coisa natural, e uma forma de a compensar também por todo o tempo e carinho que ela dedicou ao meu projecto, que agora é também dela.
Posto isto, e independentemente de qualquer sentimento que eu possa ter por ela, tu bem sabes que nunca interferi no relacionamento dela com o Daniel – eu sei bem qual é o meu lugar, e todos nós víamos que aqueles dois sempre foram mais do que amigos, apesar de gostarem de brincar ao gato e ao rato um com o outro. Mas também sabes bem que refreei sempre qualquer avanço que poderia ter feito, por respeito à grande amizade que tenho pelo Daniel.
Relativamente às tuas perguntas concretas, eu falei com o Daniel antes de ele partir e disse-lhe que o apoiava a 100% nesta nova aventura profissional e que achava que era o melhor para ele. Ele confessou que a única coisa que o estava a preocupar era a Mara, que ele sentia que as coisas entre eles estavam diferentes desde o anúncio da viagem dele e que não estava com muita disposição para festas de despedida – que queria dedicar a última noite dele aqui em Londres à Mara, que não queria partir zangado com a sua melhor amiga e que de qualquer forma, não iria ser uma despedida, mas certamente um até breve. E eu respeitei a decisão dele.
Não posso nunca levar a mal o que quer que seja que possas dizer-me – afinal de contas és minha irmã e não poderei nunca levar a mal nada do que a minha irmã mais velha me diz! Mas não posso negar aquilo que tu sabes melhor do que ninguém: que sou apaixonado pela Mara desde o dia em que a vi. E que, depois de ler e reler as tuas palavras, e sabendo que o Daniel agora não está mais entre mim e ela, eu vou tentar a minha sorte… infelizmente para mim, até agora, nunca houve nada mais entre nós do que uma pura amizade… mas vou arriscar e ver se consigo mudar isso. Se ela me valoriza assim tanto, como escreveste no email, pode ser que eu tenha a sorte de a conseguir conquistar…
Almoçamos na sexta feira? Se quiseres, posso dizer à Mara para nos acompanhar… mas quase que oiço os teus pensamentos a gritarem que o que queres mesmo é apanhar-me sozinho para me triturares o juízo!
Adoro-te mana!
Beijos,
John
Antes de pressionar o botão de enviar, John sorriu e pensou se haveria de acrescentar um PS à sua mensagem – Anna ficaria louca ao ler o que a ele lhe apetecia escrever! Eram 2 da manhã e John não conseguia conciliar o sono e deixar de sentir nos seus lábios o gosto do beijo de Mara… e, impulsivamente, acrescentou a seguinte linha ao já longo email:
PS: Liga-lhe… acho que ela é capaz de ter alguma coisa para te contar…
Revivendo milhões de vezes na sua cabeça o que se passara na noite anterior, John acabou por se ir deitar e finalmente adormecer.

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