As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

9- A Primeira Aula

Mara chegou cedo demais à sua primeira aula, ansiosa por voltar a dançar. Secretamente nutria a esperança de que a Salsa lhe trouxesse Daniel para mais próximo de si. Mas, simultaneamente, tinha medo. Nenhum par estaria à altura de Daniel.
Deixou-se ficar enterrada no confortável sofá de couro preto da recepção do estúdio tamborilando nervosamente com os dedos sobre a sua saia vermelha. Começaram a chegar mais alguns participantes, alguns equipados a rigor, provavelmente já experts no estilo, outros equipados como se fossem fazer jogging no Hyde Park. Mara sentiu-se aliviada por ter conseguido encontrar o meio termo e não ser a deslocada da turma. O professor, com longos braços e pernas, tinha um ar delicado e simpático quando os instruiu a entrar voltando-se para o grande espelho que a todos reflectia.
Pediu que se organizassem em pares, sendo que a turma tinha homens e mulheres em igual número. Mara varreu a sala com o olhar à procura de um par. Mas, quando se apercebeu de que quem procurava, na realidade, era o rosto meigo e familiar de Daniel, já quase todos tinham o seu par. Um último participante entrava na sala e Mara reconheceu-o. O que fazia John ali no Soho? Na sua aula avançada de salsa? Ela nem sequer sabia que ele dançava! John sorriu-lhe visivelmente feliz por a ver ainda sem par e seguiu para junto dela. Sem alternativa ou levada por uma inércia inexplicável, Mara agarrou a mão que John lhe estendeu.
Como à partida já todos tinham umas noções de Salsa, o professor iniciou o curso com um exercício diferente, dança livre ao som do ritmo cubano para criar empatia entre os alunos. Alguns aspirantes a dançarinos esforçavam-se por exibir os seus conhecimentos de um modo exagerado, John segurava Mara pela cintura com uma mão obrigando-a a seguir os seus movimentos oscilando as ancas, sapateando o chão de madeira com os seus altos tacões.
Mara ainda não estava em si! Ao inicio ficou surpreendida com a garra e habilidade de John para a Salsa, depois estranhou os seus movimentos, eram diferentes dos de Daniel, não menos graciosos, mas diferentes. Por fim sentiu-se entrar no ritmo da música animada, deslizando pela sala nos braços de John, entregando-se ao súbito frenesim de alegria e agitação que subia às suas faces em tom rosa.

3 comentários:

  1. Agora sou eu que estou curiosa? Como é que isto irá continuar? :) Su??

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  2. Su e Si, vamos lá a continuar. Cá para mim nem Daniel nem John. Alguém novo sem carregar lembranças ou dores, quanto mais não seja de cotovêlo.
    Arriba!
    Jer I Mu Bi chado

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  3. o John tem garra...provocou-lhe um súbito frenesim...mas isto não vai ser fácil...

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